sexta-feira, março 28, 2008

"E o tanto que eu vou salvar das conversas sem pressa das mais bonitas mentiras"

Há algum tempo atrás, eu sempre voltava da faculdade com os meninos e quase todos os dias perdia a minha parada porque os assuntos pareciam nunca se esgotar.
E não foram poucas as vezes que eu desci quase na metade do caminho entre a casa deles e a minha, em pleno sol do meio dia.
Embora não gostasse de sol forte, a caminhada não era ruim, ainda mais se tivesse música. Eles morriam de raiva e quando percebiam que eu ia passando do ponto, ficavam me dizendo pra descer, me fazendo passar vergonha com o motorista pra ele me deixar ficar no sinal vermelho ou coisas assim. Depois a gente ria dessas coisas.

Tem épocas que você começa a pesar por quem vale a pena descer ns outras paradas e andar sozinha no sol de volta pra casa. Eu tenho essa coisa de desistir das pessoas quando julgo não valem nem o sol nem a distância; vai ver é medo de desperdiçar tempo e sonhos com quem está ausente ou (vai ver) nunca esteve ali.
Não é cautela por medo de sofrer, é só que eu preciso da magia pra continuar.

sábado, março 15, 2008

"se você quer me seguir, não é seguro."

"Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método,
o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos.
Tente novos amores. Faça novas relações."

Clarice Lispector

é preciso levar bordoada pra entender como as coisas são verdadeiramente e só se percebe isso na porrada mesmo.
não, esse 'desabafo' não é sobre como a vida pode ser cruel ou como as pessoas podem ser reféns do seu próprio destino...
Não, chega de coitadismos! (pelo menos, por enquanto).
é mais cômodo colocar a culpa dos nossos fracassos no modo como o outro reagiu ou como ele não reagiu, como a vida foi injusta ou no que 'deveria ter sido e não foi'.
ora, cada um é responsável pelo que recebe posteriormente.
chame isso de 'lei da ação e reação', 'princípio do que vai-e-volta' ou o tal ditado de que 'se colhe o que planta'. mas é verdade e a gente tem mania de ficar se enganando, parece que ninguém aceita que pode ser malvado, ainda mais, consigo mesmo.

ah, e as pessoas sentem falta (sim!) do sofrimento, do conflito, do embate. eu até posso entender que, de alguma maneira, quando tudo parece calmo e perfeito demais, talvez as pessoas comecem a duvidar da relação, parece ser de plástico, superficial e perde a graça. ou seja, eventuais desentendimentos temperam o relacionamento. (ui!)

engraçado como nenhuma dessas coisas fariam sentido pra mim tempos atrás e podem nem fazer amanhã ou depois e depois. mas, sei lá, eu 'descobri' que eu posso mudar de idéia quando eu bem entender e vou fazer quando considerar válido (e ponto final).


"Mudei muito, e não preciso que acreditem
na minha mudança para que eu tenha mudado."

Caio Fernando Abreu