domingo, abril 19, 2009

"... do nosso amor, a gente é quem sabe"

Gostar de alguém é algo sem explicação.
O jeito de sorrir ou de caminhar, as manias, a maneira de mexer no cabelo, as músicas que cada um gosta ou o apreço por filmes que viram separadamente, mas que os une pela impressão que causou, os livros que leram e, até mesmo, as posições contrárias sobre determinados assuntos, que demonstram que nem sempre ser compatível em tudo é o melhor e o quão interessante é o outro por manter-se fiel às suas idéias. São pequenas as coisas que podem unir pessoas, que podem fazer com que elas percebam o algo a mais.
Você gosta pela entonação empolgada na voz dela ou pelo jeito de olhar pros casais de velhinhos na saída do cinema. Você percebe que gosta não porque ele te olha como a mulher mais bonita do mundo, mas porque ele percebe quando você está mais carente e fica contigo um pouco mais.
A vontade de estar perto, de conversar até o sol raiar e adormecer juntinho, a saudade que aperta no meio do dia ou o fato de despertar com o pensamento nele e só por isso já abrir um sorriso... Essas coisas não se explicam e nem devem ser explicadas porque gostar tem a ver com sentir e não com contabilizar o crescimento ou a intensidade dos sentimentos.
Quando se gosta de alguém de verdade, o mundo ganha novas cores, mas parece desnecessário poder observar tanta novidade se a pessoa de quem se gosta não está ao lado. Não falo de fazer planos, mas do presente, de querer dividir tudo de bom que aparece no caminho. Dividir. Esse deve ser o ponto alto do gostar, quando você deixa de se enxergar como um e começa a pensar como dois. Não falo de anular-se, mas de compartilhar o bom e o ruim, de estar por perto e querer fazer parte da história que vai se construindo dia após dia.
Compreender o outro, entender suas falhas, aproveitar os acertos e estar junto para recomeçar sempre que for necessário, isso sim é gostar.