"I don't know you, but I want you all the more for that..."

Eu realmente acredito na possibilidade de encontrar alguém especial numa manhã de domingo e conversar por horas e horas descobrindo mil e uma afinidades. E acho mesmo que num dia chuvoso e triste, pode acabar aparecendo algum desconhecido com boas palavras transformando tudo em sorrisos.
Por crer nessas possibilidades entre desconhecidos que ao assistir filmes assim parece que sinto um 'click' como se essa minha crença se confirmasse ou simplesmente alguém mais pensasse nisso.
Foi assim na cena inicial de 'Closer' e durante todo o encontro casualíssimo de 'Antes do Amanhecer', entre outras pérolas.
Agora foi a vez de 'Once', que além da tocante história de dois corações partidos, ainda presenteia os ouvidos (e coração) com doces canções. A pertinente mocinha de voz meiga e seu piano poderoso unem-se lindamente ao solitário e apaixonante rapaz acompanhado de um violão melancólico, que logo nos arrebata.
Os dois juntos vão construindo as letras e melodias das músicas, enquanto constroem também sua história de amor, que mesmo não sendo explicitamente mostrada, existe, sutilmente, em todos os momentos.
Foi interessante ver que justo ela que parecia não ter problemas com liberdade e segurança emocional foi quem mais hesitou um romance, a possibilidade de um sentimento, e não ele, o mais nitidamente machucado pelo antigo amor.
A idade dela e maturidade que foi exigida pelo rumo que a vida levou talvez explique muito do medo de novamente ter um homem em sua vida, mas realmente me chateava o modo indeciso como ela atuava na relação, sempre invadindo, querendo e hesitando se fazer presente e sendo ríspida com as esperanças dele.

Apesar do desfecho ser diferente do que se espera de um romance tão encantador, agradou. Claro que eu queria vê-los juntos, mas talvez aquele momento deles não permitisse. Tinham coisas a resolver, pendências próprias e não acho válido emaranhar ainda mais os problemas. Eles viveram (sim) uma história de amor, ainda que não tenham nomeado a relação e a beleza talvez estivesse exatamente na liberdade para os sentimentos acontecerem.
E mesmo que, no fim das contas, ela tenha optado por permanecer sozinha alí ou talvez na companhia do tal marido; e ele ido para Londres tentando divulgar o cd deles e encontrar a mulher que o fez tanto mal, mas de alguma maneira contribuiu para cada música. Talvez tenha sido a escolha correta.
Afinal, permanecer também é uma mudança e exige um confronto de desejos, na verdade, uma consolidação de idéias.
E sempre fica a esperança de um novo encontro, de uma nova possibilidade ou oportunidade de sorrir com alguém, mesmo que por um breve tempo.
How often do you find the right person?
2 Comentários:
É bom levar a vida assim. Aberto pro mundo. Pra tudo.
Seja o que vier, que venha alguma coisa. Algo de bom ela trará.
Só foi foda que eu ainda não assisti o filme e já sei o final.
hehe.
De todos as resenhas e textos que li sobre Once, o seu foi o melhor! Eu procurava por algo do filne no Google, e caí em seu blog, e achei o seu texto fantástico! Eu senti tudo isso quando vi o filme, e realmente pensei se seria possível aconteceu isso na vida real, e não só na ficção. Parabéns pelo texto perfeito, não deixei nada a desejar, pelo menoo para mim.
Eu fiz um cover da música mais importante do filme, creio eu, se quiser ouvir: www.myspace.com/panzelatectonica .
Se quiser me adicionar no orkut, adoraria conversar! Meu endereço do orkut é: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=11570454453969554421
Até!
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